Diários Associados mantêm prática de atrasar salários

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Os jornalistas do Estado de Minas estão paralisando suas atividades em protesto contra o não pagamento dos salários no quinto dia útil do mês. O jornal quitou parte dos vencimentos da redação, mas deixou de fora os diagramadores e toda a equipe da arte, que são os menores salários dentro do jornal. Mesmo quem foi pago aderiu ao protesto em solidariedade aos que não receberam até esta terça-feira 14/7. É praxe da empresa todo mês deixar de pagar um grupo de trabalhadores da redação e da administração.

Este é o segundo mês que os jornalistas fazem paralisações remotas para tentar garantir que todos recebam seus vencimentos na data prevista. Em horários combinados previamente, os jornalistas suspendem o trabalho, que está sendo feito de casa pela maioria absoluta dos funcionários do jornal. A empresa informou que pagaria os salários esta semana, mas o dinheiro ainda não caiu na conta.

Além de não pagar os salários, a empresa também cortou o adicional noturno de todos que estão em teletrabalho e recebiam regularmente esse acréscimo – o que representa um corte de até 40% em alguns vencimentos. As horas extras trabalhadas de casa também não estão sendo pagas.

Os Associados Minas — que respondem também pela TV Alterosa, onde algumas pessoas também não receberam — não pagam FGTS, férias, o plano de saúde vive suspenso por falta de pagamento da empresa e os salários de todos sofreram, em 2016, um corte de cerca de 30%, já considerado ilegal pela Justiça do Trabalho.

Aumento de visualizações

Apesar de não estarem recebendo em dia, os jornalistas do EM seguem trabalhando com afinco para informar a população com qualidade e responsabilidade sobre a pandemia e outros assuntos. Tanto que o acesso ao site do EM deu um salto nos últimos meses.

Em fevereiro, foram  39,7 milhões de visualizações ao site do EM. Em março, quando foi decretado o confinamento e o trabalho passou a ser remoto, o número de visualizações saltou para 69,2 milhões. Em junho, foram 55,9 milhões. Neste mês, o site tem tido quase 2 milhões de acessos por dia e, nesse ritmo, deve chegar até o fim do mês com cerca de 60 milhões de acessos.

Esses números incluem apenas os acessos ao site  www.em.com.br. O grupo mantém ainda portais de esporte, carros, diversão e classificados. Todos esses acessos são remunerados em valores não revelados, mas o aumento de pessoas lendo as matérias redunda em acréscimo de receita.

Paralelamente a isso, houve também redução dos custos da empresa com água, luz e limpeza, já que a maioria absoluta dos funcionários está trabalhando em casa e arcando com esses gastos. O jornal não paga nenhuma ajuda de custo para quem está em teletrabalho.

O SJPMG vai acionar o Ministério Público do Trabalho para tentar solucionar essa questão. Também vai ser enviada à chefia uma carta com pedido de soluções urgentes para as principais demandas que são:

– pagamento em dia dos salários de todos os trabalhadores, sem discriminação;
– colocação em dia do plano de saúde;
– volta do pagamento do adicional noturno;
– ajuda de custo para quem está trabalhando em casa;
– controle e pagamento das horas-extras em teletrabalho;
– reembolso de quem teve quer arcar despesa médica por causa da suspensão do plano.

Atualização em 17/7: Pressionados pelo movimento dos trabalhadores, os Associados Minas pagaram os salários no dia 15/7. Os jornalistas prometem novas mobilizações caso os atrasos continuem.

#Luta, Jornalista!

[14/7/20]

 

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