As mulheres trabalhadoras da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), vêm a público repudiar veemente as declarações machistas, misóginas, sexistas, repugnantes e de cunho sexual do presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, contra a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, transmitidas ao vivo em vídeo amplamente divulgado.
Patrícia Campos de Mello, profissional reconhecida por seu trabalho e
jornalista mais premiada do Brasil em 2019, segundo o Ranking J&Cia dos +Premiados da Imprensa Brasileira, vem sofrendo perseguições e ataques nas redes sociais por uma matéria em que denunciou apoiadores da candidatura de Bolsonaro em 2018, por investimentos não declarados da ordem de R$ 12 milhões, o que é vedado pela justiça eleitoral.
Além das perseguições, a jornalista também foi alvo de calúnias e injúrias sexistas por depoente na CPMI das fake news, com o claro intuito de desqualificar seu trabalho e a sua pessoa, principalmente a sua condição de ser mulher.
É com grande indignação, mas sem grande surpresa, que constatamos o silêncio de boa parte das instituições oficiais brasileiras que preferem ignorar o comportamento do atual presidente do Brasil, sem precedentes na história do país.
O governo Bolsonaro ratifica o desprezo para além do ataque aos direitos e às políticas públicas pelos direitos e pela segurança das mulheres expresso na reforma trabalhista, na reforma da previdência e nos cortes ao orçamento.
De forma vulgar e repugnante, ataca a honra das mulheres, através do uso de pretensas piadas de cunho sexual para desqualificar sua competência e capacidade profissional. Típico de criaturas toscas e vulgares com pouco ou nenhum apreço à civilidade e ao reconhecimento de direitos coletivos que a convivência em sociedade exige.
A história da luta e das conquistas das mulheres trabalhadoras confunde-se com as grandes lutas do povo, por igualdade de direitos, por maior participação na política e nas instâncias de poder e decisão, por mais saúde, mais educação, por liberdade e democracia. Luta que vem ganhando grande força em nível mundial com a expressiva participação de mulheres nos espaços de poder e decisão.
Não somos minoria. Somos 52% do povo deste país!
As mulheres classistas exigem respeito e reafirmam a defesa intransigente das garantias e do direito inalienável à liberdade de expressão, do exercício profissional sem que sofram por parte de ninguém, ofensas à sua dignidade profissional ou violência sexual de qualquer espécie, em especial daquele que ocupa o mais alto cargo da República brasileira.
Mexeu com uma, mexeu com todas!
#SomosTodasPatríciaCamposDeMello
(Divulgado pela CTB. Imagens Marcos Corrêa/PR e Alice Vergueiro/Abraji.)
[19/2/20]