Mesmo após ‘Dia do Fogo’, madeireiros seguem destruindo Amazônia e ameaçando assentados

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Por Daniel Camargos, de Novo Progresso (PA), 29/10/19.

Reportagem flagrou caminhões carregados com toras retiradas de área proibida; sucessão de assassinatos e ameaças marcam vida de lideranças locais.

Com uma cuia de chimarrão em uma mão e um rádio-transmissor na outra, um senhor passa os dias sentado em uma cadeira de praia em Cachoeira da Serra (190 km de Novo Progresso, no Pará), na beira da BR-163, avisando os madeireiros sobre a chegada de veículos de órgãos de fiscalização ambiental. A 150 quilômetros dali, a Repórter Brasil flagrou dois caminhões carregados de toras de madeira roubadas da área do assentamento Terra Nossa indo em direção à rodovia, cujas margens estão repletas de serrarias ilegais.

A cena mostra que, mesmo após o ‘Dia do Fogo’ ter aumentado em 196% o número de focos de incêndio na Amazônia em agosto, a destruição da floresta segue inalterada em Novo Progresso. A cidade está cercada pela Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, a terceira área de proteção mais desmatada da Amazônia, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O roubo de madeira, como o flagrado pela reportagem em 27 de setembro, é apenas uma das ameaças sofridas pelas 350 famílias de pequenos produtores rurais que vivem no Terra Nossa. Isso porque o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa foi concebido sob um conceito de reforma agrária que prevê a preservação da floresta – o que contraria o interesse dos madeireiros e grileiros. Nesta região do Pará não há manejo de madeira autorizado, o que evidencia a ilegalidade das serrarias e da extração das toras.

Clique AQUI para ler a íntegra no Repórter Brasil.

(Crédito da foto: Fernando Matinho / Repórter Brasil.)

 

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[31/10/19]

 

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