Mais uma vez as condições precárias de funcionamento da Rádio Inconfidência AM prejudicam a emissora pública de Minas Gerais e sua audiência. Desta vez é a transmissão pela internet. Inúmeras mensagens de ouvintes chegaram à redação nas últimas semanas informando que a emissora não está sendo ouvida em celulares.
A explicação oficial é que o contrato com o provedor venceu e não foi renovado em tempo hábil. Segundo a direção da emissora, uma nova licitação está em andamento e o problema estará resolvido ainda esta semana. Enquanto isso, foi providenciada “uma solução caseira”, pela qual a rádio pode ser ouvida “em condições precárias”.
O fato é quem nem explicações técnicas nem explicações administrativas justificam o problema que se soma a outros que atingem a emissora pública, desde que o atual governo assumiu, anunciou que iria desativá-la e cortou drásticamente as verbas de custeio. Diante das reações dos trabalhadores, dos ouvintes e da sociedade, o secretário de Cultura anunciou que a rádio continuará funcionando.
As condições, porém, são precárias.
No começo deste mês os trabalhadores se mobilizaram diante do acúmulo de problemas: apenas cerca de R$ 20 mil tinham sido repassados para o custeio, não havia carro e nem motoristas para o deslocamento de repórteres e servidores, despesas básicas para o funcionamento da rádio não estavam sendo pagas e até o vale-refeição vinha sendo pago com atraso. O governo também negou a reposição salarial pela inflação, cláusula prevista no Acordo Coletivo de Trabalho assinado no ano passado com a emissora.
O vale-alimentação continua sendo pago com atraso, e os problemas não foram resolvidos. Para completar, uma das principais audiências da rádio, por celular, foi afetada.
E não é só falta de dinheiro, porque o custo do provedor é muito baixo. Para os funcionários, o problema é o sucateamento da emissora.
O movimento Fica, Inconfidência!, que está mobilizando expressivas parcelas da sociedade, não aceita esse sucateamento. E já obteve importantes vitórias, como a emenda parlamentar que destina 3% da publicidade oficial para a rádio e para a Rede Minas. O governador Zema vetou a emenda, mas a Assembleia Legislativa, graças à mobilização dos trabalhadores, derrubou o veto.
Não ao sucateamento da Rádio Inconfidência!
Fica, Inconfidência!