Eleição da Fenaj nos dias 16, 17 e 18 de julho: momento dos jornalistas demonstrarem união

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Nos dias 16, 17 e 18 de julho, terça, quarta e quinta-feira, será realizada a eleição da nova Diretoria e do Conselho de Ética da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj para o triênio 2019-2022. A chapa Audálio Dantas – Fenaj em defesa dos jornalistas, do jornalismo e da democracia é chapa única. Depois de mais de vinte anos de disputas, situação e oposição uniram-se para defender a categoria nessa conjuntura dificílima de retrocessos nos direitos sociais dos trabalhadores brasileiros e ataques à liberdade de imprensa. A eleição é uma oportunidade para a categoria demonstrar união. Embora seja chapa única, é preciso que haja quórum para que a eleição seja validada. A Fenaj é a única federação de trabalhadores no Brasil que realiza eleição direta da sua direção.

Além da urna na sede do SJPMG (Avenida Álvares Cabral, 400, Centro), no horário de 13h às 18h, nos três dias de votação, haverá coleta de votos nas seguintes redações: Estado de Minas, TV Globo, O Tempo, Rádio Itatiaia, Rádio Inconfidência e Assembleia. Não deixe de votar. Faça sua parte para fortalecer a Fenaj e a luta em defesa dos direitos dos jornalistas, do jornalismo e da democracia.

A presidenta do SJPMG, Alessandra Mello, representa os jornalistas mineiros na chapa, como integrante da Diretoria Executiva, no cargo de primeira secretária. Ela conclama os jornalistas a votar. “O comparecimento dos jornalistas às urnas nesta eleição é fundamental”, disse Alessandra. “Mais do que nunca é preciso fortalecer os sindicatos e a Fenaj.”

A presidência da chapa é ocupada por Maria José Braga, de Goiás, candidata à reeleição, e a primeira vice-presidência pelo atual presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Paulo Zocchi. Ao todo, a chapa tem 42 jornalistas na Diretoria e mais 5 na Comissão Nacional de Ética. Veja no fim desta matéria a chapa completa.

Eleição direta

“A eleição direta da Fenaj foi uma decisão sábia tomada pela categoria na década de 1980, porque torna a escolha mais democrática e mais participativa. A Fenaj é a única federação de trabalhadores que tem eleição direta”, enfatiza Maria José Braga. “A eleição da Fenaj é um exercício de democracia e uma oportunidade de debatermos os rumos do movimento sindical dos jornalistas”, acrescentou.

A presidenta de Fenaj candidata à reeleição explicou que as propostas e planos de trabalho da chapa contempla os debates realizados durante os congressos de jornalistas realizados nos últimos anos. “Este é um momento privilegiado para a participação dos jornalistas. A Fenaj faz um chamamento à categoria para votar”, disse.

O próprio nome da chapa é um manifesto político: Audálio Dantas – Fenaj em defesa dos jornalistas, do jornalismo e da democracia. Audálio Dantas, que faleceu no ano passado, aos 88 anos, presidiu o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e a Fenaj nos anos difíceis de resistência à ditadura militar, em condições que o momento atual faz lembrar. Mais uma vez, passadas quatro décadas, os jornalistas brasileiros se veem diante da necessidade de defender o exercício da profissão e a democracia, além dos direitos trabalhistas, todos eles sob forte ataque.

“Há uma necessidade imperiosa dos jornalistas fortalecerem seu movimento sindical e dos trabalhadores brasileiros”, disse Maria José. “Precisamos estar unidos na resistência para barrar o desmonte dos direitos.”

Ela explicou que os vários grupos sindicais de jornalistas perceberam a necessidade de superar divergências e trabalhar juntos. “Há vinte anos podíamos aprofundar divergências em disputas de chapas, agora são dos direitos da classe trabalhadora que estão em jogo.”

União

Paulo Zocchi, que há muito tempo defende chapa única na Fenaj e faz parte do Departamento de Relações Internacionais da atual diretoria, considera superimportante a união no cenário nacional, em qualquer que seja o sindicato. Ele argumenta que sindicato não é partido, pode ter integrantes de diferentes posições políticas, unidos em torno de um programa de defesa dos interesses da categoria. “Numa federação como a Fenaj isso é ainda mais verdade”, enfatizou.

Aa próxima direção da Fenaj, segundo Zocchi, terá o papel de coordenar a ação nacional dos sindicatos, reunindo e distribuindo informações, generalizando o que tem sido feito de certo. “Temos muito a ganhar tendo os principais sindicatos representados na Fenaj, pondo todo mundo para conversar”, ressaltou.

Ele citou como exemplo a recente negociação da Globo com os sindicatos do Rio, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal (clique AQUI para ler matéria a respeito). A Globo procurou o sindicato do Rio, que rapidamente acionou os sindicatos das demais praças em que a empresa atua, alguns dirigidos pela situação, outros pela oposição, e todos se uniram para apresentar uma posição conjunta, fortalecendo os jornalistas.

“As empresas estão em ofensiva pesada contra os direitos dos trabalhadores”, frisou Zocchi. “O cotidiano do sindicato dos jornalistas hoje, de manhã, de tarde e de noite, é defender direitos que estão sendo atacados”, disse. Essa mesma situação vivida em São Paulo é vivida em Minas e pelos sindicatos de jornalistas em geral.

“Temos um governo obscurantista que é contra a liberdade de imprensa e contra o exercício do jornalismo”, disse Paulo Zocchi, lembrando que a primeira coisa que o atual presidente fez, logo após ser eleito, foi atacar a imprensa. Além de tomar medidas para desmontar a comunicação pública, o governo criou um ambiente de ataque ao jornalismo e aos jornalistas pelo próprio governo, pelo judiciário e pelas redes sociais.

Apoio

Paulo Zocchi destacou que recuperar as finanças da Fenaj, que se encontram em situação extremamente difícil, é uma tarefa da nova diretoria. “O fim do imposto sindical atingiu os sindicatos de maneira frontal e os de jornalistas em especial”, disse.

O imposto sindical, que era descontado anualmente, em março, de todos os trabalhadores, e correspondia a um dia de trabalho, era dividido entre o sindicato da categoria (60%) e a federação, confederação, governo e centrais (40%). “O imposto correspondia a 75% da receita da Fenaj”, informou Zocchi.

Com a reforma trabalhista, a arrecadação do imposto pelo sindicato dos jornalistas de SP, o maior do país, caiu de mais de R$ 1 milhão, em 2017, para R$ 10 mil, em 2018, e zero, em 2019. “As finanças da Fenaj afundaram, ela não tem receita nem para realizar reunião presencial da diretoria”, disse. “Mesmo estando em situação difícil como estão, os sindicatos têm que se comprometer com as finanças da Fenaj”, defendeu Zocchi, informando o sindicato de SP decidiu dobrar sua doação à Fenaj.

Ele ressalta que, nessas condições, seria catastrófico para os jornalistas terem de realizar uma segunda votação para a Diretoria da Fenaj, por falta de quórum na primeira, e arcar com mais custos. “Por isso nosso foco nas redações é afirmar a Fenaj como fundamental para defesa dos jornalistas e da liberdade de imprensa nesse cenário hostil”, disse.

Citando os casos recentes de demissão em massa de trabalhadores pela Abril – empresa da que é funcionário – e de ameaças a profissionais do G1, Paulo Zocchi disse que a Fenaj pode ocupar o lugar de generalizar experiências e formas de lutas dos jornalistas.

“Isso é essencial na atual conjuntura. O sigilo de fonte foi violado diversas vezes e está sob ameaça velada no caso do The Intercept Brasil”, exemplificou. “A Fenaj é uma ferramenta de defesa do jornalismo e porta-voz da busca de uma solução democrática para o país, com liberdades civis e direitos humanos.”

A seguir a chapa completa.

Chapa “Audálio Dantas – Fenaj em defesa dos jornalistas, do jornalismo e da democracia”

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidência: Maria José Braga (GO)

Primeira Vice-Presidência: Paulo Zocchi (SP)

Segunda Vice-Presidência: Samira de Castro (CE)

Secretaria Geral: Beth Costa (RJ)

Primeira Secretaria: Alessandra Mello (MG)

Primeira Tesouraria: Antônio Paulo (AM)

Segunda Tesouraria: Valci Zuculoto (SC)

Suplentes: Paula Padilha (PR), Valdice Gomes (AL)

VICE-PRESIDÊNCIAS REGIONAIS

Norte I: Wilson Reis (AM)

Norte II: Denyse Quintas (AP)

Nordeste I: Lúcia Figueiredo (PB)

Nordeste II: Edmilson Brito (SE)

Centro-Oeste: Gésio Passos (DF)

Sudeste: Márcia Quintanilha (SP)

Sul: José Nunes (RS)

DEPARTAMENTOS

CULTURA E EVENTOS: Luiz Carlos de Oliveira (PI), Márcio Garoni (SP), Marjorie Moura (BA)

EDUCAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL: Adriana Cruz (RR), Cármen Pereira (RJ), Elias Serejo (PA)

MOBILIZAÇÃO DOS JORNALISTAS DE PRODUÇÃO E IMAGEM: Evilázio Bezerra (CE), Luiz Spada (GO), Víctor de Farias (AC)

MOBILIZAÇÃO EM ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO: Douglas Dantas (ES), Leonor Costa (DF), Rose Dayanne (TO)

MOBILIZAÇÃO, NEGOCIAÇÃO SALARIAL E DIREITOAUTORAL: Gustavo Vidal (PR), Márcio Leal (RJ), Rafael Mesquita (CE)

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Guto Camargo (SP), Paulo Sousa (SE), Sérgio Murilo (SC), RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Ayoub Hanna Ayoub (Londrina, PR), Celso Schröder (RS), Suzana Tatagiba (ES)

SAÚDE, PREVIDÊNCIA E SEGURANÇA: Ana Paula Costa (RN), Felipe Gillet (PA), Norian Segatto (SP)

CONSELHO FISCAL: Luíla de Paula (AL), Marcelo Freire (RO), Milton Simas (RS)

COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA: Antônio Pinheiro Sales (GO), Cláudia de Abreu (RJ), Kardé Mourão (BA), Osnaldo Moraes (PE), Salomão de Castro (CE)

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[11/7/19]

 

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