Em memória e homenagem ao jornalista Dídimo Paiva

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Kerison Lopes*

Um homem incomum. No seu exemplo como  ser humano e como jornalista, na dignidade e absoluta correção ética com que exerceu a profissão, na dedicação às melhores causas que dizem respeito à plena liberdade da informação, na defesa da categoria profissional, na abnegada luta pelo livre exercício profissional e dos colegas, de quem sempre esteve ao lado, face a quaisquer injustiças, perseguições, limitações e cerceamento de opiniões. Por isto, Dídimo é unanimemente respeitado e  admirado pela totalidade dos jornalistas mineiros e por todos os que com ele conviveram em 55 anos de militância na profissão, de que nunca se desviou.

Eminentemente jornalista, exerceu as funções de repórter, editor, editorialista com indesviável independência e sólido compromisso com a informação séria e de qualidade, sem se afastar dos princípios fundamentais da profissão ou deixar-se contaminar por qualquer apego a cargos e espaços de poder. Severo consigo mesmo, extraia do seu exemplo pessoal e de vida a  força moral  com que atuava na  defesa veemente e enérgica que demonstrou em inúmeros momentos de uma vida longa e mesmo em circunstâncias adversas da vida nacional, perante os mais poderosos  agentes do regime ditatorial. Sempre íntegro, não se afastou deste predicado e dele tirava sua força moral.

Leitor dedicado de livros e jornais, atualizado com a ordem política e econômica, escreveu centenas de textos sempre ao lado e em defesa de causas populares, nas lutas contra a ditadura militar, na condenação a quaisquer restrições  à liberdade de pensamento e de expressão e da vida sindical, sempre em nome de um humanismo possível e de uma sociedade mais justa e igualitária. Essencialmente era um liberal, convicção que desempenhou com  vigor e com ela marcou sua vida, no jornalismo, nos embates políticos e culturais.

Defendeu a liberdade de expressão, à direita e à esquerda, como condição imanente a um humanismo radical, que o levou a ficar ao lado dos muitos humilhados e ofendidos deste mundo e contra qualquer forma de arbítrio e opressão. O  Sindicato dos Jornalistas, que presidiu, tornou-se casa da democracia e da liberdade e liderou o surgimento de várias instituições, em meio a memoráveis debates e encontros de líderes e pensadores mineiros e brasileiros.

Referência de todos nós, jornalistas e os que o conheceram, dos mais diferentes segmentos e setores, Dídimo Paiva honrou-nos todos com sua vida, exemplo e trabalho. O Sindicato e a Casa do Jornalista, onde exerceu liderança que está na História do Jornalismo mineiro, prestam sua homenagem a este companheiro,  essencialmente jornalista, que dignificou e elevou a profissão  e que nos deixa seu exemplo para as gerações que o sucedem.

*Kerison Lopes é presidente da Casa do Jornalista, ex-presidente do SJPMG (2014-2017).

Na foto, Dídimo Paiva (terceiro, da esquerda para a direita) entre os ex-presidentes José Mendonça e Kerison Lopes, durante homenagem da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aos 70 anos do SJPMG. (Crédito da foto: Samuel Gê / SJPMG.)

#LutaJornalista

#SindicalizaJornalista

[11/3/19]

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