Com plano de saúde interrompido, trabalhadores do Estado de Minas penam para ter atendimento médico

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As interrupções frequentes no pagamento do plano de saúde dos seus empregados pelo jornal Estado de Minas está causando muitos transtornos. É comum acontecer de, ao recorrer a um hospital, médico ou laboratório, o trabalhador descobrir que o plano de saúde foi descredenciado. Ao procurar a empresa prestadora do serviço, fica sabendo que a causa é falta de pagamento.

A solução é pagar do próprio bolso pelo serviço médico, mas nem sempre isso é possível. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o repórter fotográfico Ramon Lisboa, no começo deste mês. Ele teve rompimento dos ligamentos cruzados anteriores do joelho e foi atendido no serviço de urgência do hospital conveniado. Encaminhado pelo clínico para uma ressonância e consulta com um ortopedista, teve os serviços negados; foi informado de que o plano estava suspenso porque havia pendências do jornal com o plano de saúde.

Ramon recorreu ao RH da empresa e recebeu como resposta que o setor não podia fazer nada. Graças a contatos da mãe, que trabalha na área de saúde, ele conseguiu a consulta gratuita com um ortopedista e um grande abatimento na ressonância, que custa quase R$ 1.000. Até hoje não foi reembolsado.

Os exames confirmaram que o caso de Ramon é cirúrgico; quanto mais tempo passa, mais se agrava e aumenta o risco de sequelas. Ele voltou a procurar o jornal, mas até hoje sua situação não foi resolvida. Particular, a cirurgia é muito cara. Depois de avaliado por dois médicos e pelo RH, Ramon voltou a trabalhar, na redação, pois prefere isso a ficar afastado pelo INSS; não pode fazer esforços nem pegar peso.

“A consultora do RH disse que está correndo atrás para resolver o meu caso”, disse Ramon, que trabalha no EM desde 2006. “Minha esperança é que isso aconteça logo.”

Cirurgia cancelada

A situação de Adriana Cássia da Silva (foto), operadora de telemarketing, é mais dramática. Em julho deste ano, ela foi diagnosticada com um tumor na coxa. Precisou fazer uma cintilografia óssea e, com o plano de saúde suspenso, teve de pagar pelo exame. Recorreu ao plano e conseguiu marcar a cirurgia para retirada do tumor para 31 de agosto. No entanto, quatro dias antes da data marcada, recebeu uma ligação do hospital desmarcando, porque o plano tinha sido descredenciado.

“Eu passei mal na rua ao saber disso”, contou Adriana, chateada com o descaso da empresa.

Diante da insistência de Adriana, recorrendo ao plano e à empresa, a cirurgia acabou confirmada. Agora, em fase de recuperação, seu problemas não acabaram. O cirurgião que a operou não atende mais pelo plano e ela precisou procurar outro. No entanto, o laudo exigido pelo INSS tem que ser dado por ele, e ela terá de pagar por isso.

Adriana ficou com sequela, porque teve o nervo da coxa retirado e precisa da ajuda de uma bengala para andar; teve um seroma, sente dores e às vezes tem de recorrer a analgésico muito forte. Precisou fazer novos exames e os problemas se repetiram; ela teve de pagar do seu bolso. Com muita dificuldade, conseguiu autorização do plano para um exame e ressarcimento do jornal por outro.

Enquanto aguarda pela perícia no INSS, no fim de janeiro, Adriana se sente abandonada pelo jornal no qual trabalha há quase sete anos. Recebeu só parte do 13º e não recebeu mais a cesta básica, nem a cesta de Natal. Seu FGTS, liberado por causa da doença, foi pago picado, em três vezes, e, segundo ela, sem os juros devidos. Além disso, como quase todos os funcionários tem outros direitos atrasados, como tíquete e férias.

 

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[21/12/18]

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