Depois de uma mobilização que durou quase um mês e paralisou o trabalho diversas vezes, os trabalhadores da Rádio Inconfidência encerraram nesta quarta 5/9 seu movimento grevista. Em mediação realizada ontem no Ministério do Trabalho e Emprego, o governo do estado se comprometeu a reajustar o valor do tíquete alimentação, que passou de R$ 26 para R$ 40.
Os Sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas convocam os trabalhadores para uma reunião no dia 13/9, quinta-feira, às 13h, na porta da emissora, para fazer um balanço do movimento e discutir ações futuras em busca de novas conquistas, como o Plano de Cargos e Salários e outras.
O reajuste do tíquete alimentação foi uma grande vitória dos trabalhadores, que só se tornou possível graças à mobilização e à união. O movimento grevista mobilizou a todos: repórteres, faxineiras, operadores de som, editores, motoristas – enfim, trabalhadores de todas as funções na emissora.
A paralisação
O movimento começou com uma assembleia no dia 8 de agosto, que aprovou indicativo de greve. Os trabalhadores reivindicavam isonomia com os trabalhadores da Rede Minas de Televisão, uma vez que as duas emissoras agora fazem parte da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), criada há dois anos, e funcionam inclusive no mesmo prédio.
Entre as reivindicações estavam reajuste salarial previsto na Convenção Coletiva de Trabalho assinada pelos sindicatos com as empresas de rádio e televisão, reajuste do tíquete, Plano de Cargos e Salários, fim do acúmulo de funções, segurança jurídica, com aprovação do Estatuto da EMC.
No dia 22 houve a primeira paralisação, das 10h às 12h, e das 14h às 16h. A adesão foi praticamente unânime e a redação ficou vazia. Programas não foram ao ar e a rádio tocou apenas música nesses horários. Ouvintes estranharam, ligaram e se solidarizaram com os trabalhadores.
Enquanto isso, os sindicatos, que já tinham tomado os procedimentos necessários para a deflagração legal da greve, negociavam com representantes da rádio e do governo.
No dia 28, reunidos em assembleia, os trabalhadores recusaram a proposta do governo. A principal divergência foi quanto ao reajuste no tíquete, para R$ 34,50. Eles decidiram continuar a mobilização, paralisar o trabalho novamente a partir do dia seguinte e deflagrar greve total no dia 3/9.
Em reunião realizada no MTE, na sexta-feira 31, a mediadora Alessandra Parreiras propôs reajuste no tíquete para R$ 40. O governo condicionou o estudo da proposta à suspensão da paralisação. Os trabalhadores concordaram e em nova mediação realizada ontem o governo comunicou o acordo.
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[5/9/18]