Jornalistas em greve no Paraná fazem enterro simbólico do dono do jornal

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Jornalistas do O Diário, de Maringá, em greve, fizeram uma manifestação na quinta 15/2, em frente ao prédio onde mora o dono do jornal, Franklin Silva. Um caixão simbolizou a morte da atual gestão, que não demonstra respeito aos profissionais, sem salários há quatro meses, sem pagamento de férias e de 13º salário, sem recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) desde março de 2016.

“É uma situação complicada. A greve só saiu depois de muita tentativa de negociação e que não deu em nada. Nós chegamos a fazer uma proposta de parcelamento dos salários, congelamento dos atrasados, deixando a mora e juros para depois. O que a gente recebeu em troca foi o silêncio”, lamentou a jornalista Pauline de Almeida.

Os profissionais também estiveram acompanhados de vários sindicalistas de outras categorias, como a Frente Brasil Popular, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar) e o Sindicato dos Motoqueiros de Maringá e Região (Sindimotos Noroeste), que aos poucos começa a aderir ao protesto – na quinta-feira 15/2, por exemplo, parte da cidade ficou sem a entrega do jornal porque motociclistas cruzaram os braços.

Durante a greve dos jornalistas, O Diário deixou de circular por quatro dias em Maringá. Os manifestantes também levaram cópias dos jornais que estão sendo editados, pequenos folhetins que, no lugar de matérias assinadas por jornalistas, trazem apenas reproduções de conteúdos de agências e assessorias de prefeituras.Esses jornais sem voz, ilegítimos, foram queimados em plena rua. “Esses exemplares são sinônimos de uma farsa, uma maquiagem, que não retratam dignamente a história de Maringá, do Paraná e do Brasil”, criticou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná, Danilo Marconi.

A manifestação também contou com a participação da jornalista Carina Paccola, vice-presidente da Regional Sul da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná. “É lamentável a situação em que os jornalistas se encontram, sem salário, sem recolhimento de FGTS e de outros benefícios garantidos por lei e por Convenção Coletiva da categoria. A posição do jornal, que não tem cumprido nem o que foi acordado no processo de Recuperação Judicial, é um desrespeito aos jornalistas, aos trabalhadores de outras categorias e à própria população, que tem o direito de receber informação de qualidade e bem apurada.”

(Publicado no portal da Fenaj.)

[19/2/18]

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