Em assembleia realizada nesta segunda-feira 9/10, os jornalistas e radialistas da Rádio Inconfidência e da Rede Minas de Televisão decidiram manter a paralisação de 24 horas decidida na semana passada. A mobilização já deu seu primeiro resultado: o governo do estado voltou atrás no corte do reajuste salarial dos trabalhadores da Inconfidência e o pagamento foi feito.
Várias outras reivindicações continuam sem resposta, entre elas o pagamento do abono previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e a redução da carga horária na Rede Minas, que é de nove horas, muito acima do que estabelece a legislação para as duas categorias.
“A partir de hoje a palavra de ordem para a Rede Minas é: chega de nove horas!”, disse a presidenta do Sindicato dos Jornalistas, Alessandra Mello. “O reajuste só foi pago porque teve pressão. Falta o pagamento do abono da Inconfidência e a redução da carga horária na Rede Minas. Se o governo quiser, tudo isso se resolve, falta vontade política. Por isso é importante a paralisação”, argumentou.
O diretor do Sindicato Felipe Castanheira enfatizou que, comparado ao que o governo estadual paga em publicidade nas emissoras privadas, o pagamento do abono é “uma mixaria”.
Democratização da comunicação
A representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Florence Poznanski, manifestou apoio aos trabalhadores da Rede Minas e da Rádio Inconfidência e disse que essa luta não é só deles, mas de toda a sociedade. “Sem a valorização dos trabalhadores não vamos ter uma mídia pública de qualidade”, disse.
Ela comentou que viu a criação da Empresa Mineira de Comunicação (EMC) como uma possibilidade de fortalecimento da comunicação pública, mas passado um ano nada avançou. “Faço um convite a todos para nos unirmos pela comunicação pública”, acrescentou, informando que nos dias 15 a 21 deste mês acontece a Semana pela Democratização da Comunicação.
Nova assembleia
Os jornalistas e radialistas da Rede Minas e da Rádio Inconfidência não trabalharão nesta segunda à tarde e à noite, nem amanhã no turno da manhã. Às 13h desta terça-feira 10/10 haverá nova assembleia na porta da sede das duas emissoras, quando será avaliada a continuidade do movimento.
Uma reunião de negociação com o governo foi pedida ao Ministério do Trabalho pelos sindicatos e está marcada para próxima segunda-feira 16/10. A intenção é que os trabalhadores paralisem suas atividades nesse dia e compareçam em massa à reunião.
Luta, Jornalista!
Pelo pagamento do abono!
Pela redução da carga horária!
Por salários e condições de trabalho dignos!
(Foto: Isabella Souto.)
[9/10/17]