Em assembleia, profissionais de jornais e revistas decidem lutar contra o corte de salários e direitos

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Na mais expressiva assembleia dos últimos anos, que contou com a presença de dezenas de profissionais de cinco diários – O Tempo, Hoje em Dia, Estado de Minas, Diário do Comércio e Metro –, jornalistas de veículos impressos da capital decidiram nesta segunda-feira 28/8 se mobilizarem contra o ofensiva dos patrões, que tentam reduzir salários e cortar direitos.

Nos próximos dias serão realizadas paralisações simultâneas em todas as redações para marcar o protesto dos trabalhadores e forçar os patrões a negociar.

O objetivo é garantir a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), cujos direitos, garantidos e ampliados nas últimas décadas, os patrões querem tirar.

Os jornalistas deixaram claro que não vão aceitar a redução dos salários. Só no adicional da sexta e da sétima horas extras, que atualmente é de 100% e os patrões querem reduzir para 70%, a redução seria de 17%.

Os patrões querem também reduzir o adicional noturno, de 50% para 30%, e oferecem um reajuste de 2,5% no piso e 2% nos demais salários, índices que sequer repõem a inflação da data-base, que foi de 4,57%.

Para os jornalistas do Estado de Minas, que no ano passado sofreram corte ilegal de 30% nos salários, a perda seria ainda maior.

Outra proposta indecorosa dos patrões é diminuir a garantia de emprego após a assinatura da CCT de 90 para 30 dias.

Os jornalistas mineiros, que ao longo de décadas de lutas conquistaram uma das melhores CCT do país, não aceitam retroceder para condições que estão tornando indigno o trabalho profissional.

Além de apresentarem uma pauta de retirada de direitos, fato nunca ocorrido antes, os patrões vêm se negando a negociar.

A experiência dos últimos anos mostra que não há outra forma de preservar nossos direitos senão lutando. Foi assim na ocupação do predinho do Hoje em Dia, foi assim na luta pelo pagamento do 13º no Estado de Minas, foi assim no caso dos piolhos do jornal O Tempo.

A assembleia demonstrou a grande disposição dos jornalistas de enfrentar a ofensiva patronal. Várias estratégias estão sendo pensadas e serão colocadas em prática nos próximos dias.

Luta, Jornalista! Nenhum direito a menos!

(Crédito da foto: Artênius Daniel.)

[29/8/17]

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