Os patrões se negam a negociar com decência. Após cinco meses do vencimento da data-base (1 de abril) dos jornalistas, eles querem impor condições inadmissíveis e que prejudicarão ainda mais os trabalhadores de jornais impressos, revistas e sites.
Os acordos com os patrões de rádio e televisão, além dos jornalistas do interior, estão fechados. No entanto, os donos dos jornais impressos, principalmente, articulam uma estratégia para impor perda de direitos.
O mais grave, entre vários absurdos, é o intento de reduzir o valor pago pelas duas horas extras contratuais de 100% para 70%. Isso vai implicar em uma imensa perda salarial, considerando os jornalistas que trabalham no regime de 7 horas.
Soma-se a isso o pífio percentual que os patrões querem pagar para repor a inflação do último período. De acordo com o INPC, índice previsto para o reajuste, a reposição das perdas se dá com 4,57%. Porém, os patrões querem pagar apenas 2% para todos e 2,5% para aqueles que recebem o piso.
As duas propostas implicam em uma perda de mais de 30% do valor do salário.
Já é notório que os ataques à categoria começaram sem respeito à legislação. Os profissionais dos Diários Associados (Estados de Minas, Aqui, Alterosa e portal Uai) já tiveram o salário reduzido em 30%, em abril do ano passado, sem nenhuma negociação com o Sindicato e ao arrepio da lei.
A onda de abusos não para aí. Os patrões desejam ainda reduzir o valor pago pelo adicional noturno de 50% para 30%. Outra proposta indecorosa é a redução do período de estabilidade após a assinatura do acordo coletivo, de 90 para 30 dias.
Desrespeito também ocorre na Sempre Editora, que publica os jornais O Tempo, Super Notícia e Pampulha, além do portal e da rádio Super. Os repórteres das publicações estão acumulando funções e trabalhando acima da jornada, fazendo também matérias e reportagens para a emissora de rádio, sem serem pagos para isso.
No jornal Hoje em Dia impera um clima de apreensão, já que a empresa demitiu 38 jornalistas em fevereiro do ano passado e deu um calote nos funcionários. Nós, do Sindicato, lideramos uma ocupação na antiga sede do jornal para que as negociações avançassem.
Diante de tantos abusos e propostas indecorosas não nos resta outro caminho senão a luta!
Precisamos nos unir para nos fortalecer e assim alcançarmos mais poder de negociação.
Para tratar de todas essas questões convocamos os trabalhadores dos jornais, revistas e portais para uma assembleia extraordinária, que será realizada nesta segunda-feira, 28 de agosto, 20h, na sede do Sindicato: Avenida Álvares Cabral, 400.
[28/8/17]