O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais está presente nas manifestações que se realizam nesta quarta-feira 15/3 nas cidades brasileiras contra a reforma da previdência social do governo golpista que está sendo analisada pelo Congresso. Na foto de Diego Franco, os diretores do Sindicato Gil Sotero, Kerison Lopes, Alessandra Mello e Andrea Castello Branco, o jornalista Daniel Camargos e o advogado Luciano Silva.
Em Belo Horizonte, entre 150 mil e 200 mil pessoas participaram da manifestação que ocupou a Avenida Afonso Pena no fim da manhã e começo da tarde. Os trabalhadores do metrô aderiram ao protesto e paralisaram o transporte. A paralisação atingiu universidades e escolas, inclusive colégios particulares, como o Santo Agostinho.
Todas as centrais sindicais se uniram na manifestação. Além das 26 capitais e do Distrito Federal, muitas cidades do interior aderiram aos protestos. Em Juiz de Fora, os trabalhadores da Mercedes-Benz paralisaram o trabalho. Em São Bernardo do Campo (SP), operários da indústria química e metalúrgicos também pararam. A sede do Ministério da Fazenda em Brasília foi ocupada. No Rio e em São Paulo, bancários aderiram ao movimento e agências não funcionaram.
As manifestações populares contra a reforma repercutem no Congresso, no Judiciário e na sociedade. O PSB, partido que marchou com os golpistas no impeachment da presidenta Dilma, divulgou hoje que é contra a proposta e criou uma página para receber opiniões da população: http://plataforma.psb40.org.br/pesquisa/7. O partido reconhece que a reforma da previdência limita severamente direitos sociais e afeta “de maneira irremediável” a população mais pobre.
O ator Wagner Moura, que apoia a campanha contra a reforma, informou que vai processar o governo por acusá-lo, em peça de propaganda governamental, de ser pago pelo MSTS para participar da campanha: http://migre.me/wfdkF.
A juíza federal Marciane Bonzanini determinou a suspensão de todos os anúncios do governo federal de Michel Temer sobre a reforma da previdência em rádios, televisão, publicações impressas e internet. De acordo com a decisão da juíza, em ação movida por sindicatos gaúchos, a União não poder usar recursos públicos para promover o projeto de reforma, pois as propagandas não possuem caráter educativo, informativo ou de orientação social, como exige a Constituição: http://migre.me/wfdhm.
A imprensa internacional cobre os protestos. Segundo o jornal El País, a greve paralisou ônibus, metrôs e portos. O jornal destaca também o caráter injusto do projeto governamental. “Embora o déficit de um militar para a Previdência seja 32 vezes maior que o de um aposentado do INSS, militares não foram incluídos na reforma”, escreveu em reportagem Heloísa Mendonça. Para o jornal espanhol, as manifestações de hoje são um teste para a capacidade da mobilização popular barrar a reforma.
[15/3/17]