A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) realizou na última sexta-feira 17/3 a entrega da premiação aos vencedores do 5º Prêmio CDL/BH de Jornalismo. Ludmilla Pizarro e Queila Ariadne, do jornal O Tempo, foram premiadas em dobro – na categoria Portais de Notícias e na categoria Grande Vencedor. A reportagem premiada foi “Falência múltipla”.
Os outros premiados foram: Bernardo Henrique Miranda, também do jornal O Tempo, na categoria Impresso, pela reportagem “Comércio de rua e a vivência da cidade”; Verônica Teodora Pimenta, da Rádio Inconfidência, na categoria Rádio, com a reportagem “Sem crise! Empreendedores cavaram oportunidades”; e Renato Franco, Willian Félix, Michel Campolina, Bruna Cevidanes e Renata Marques, da TV Minas, na categoria Televisão, com a reportagem “Startups – Indústria criativa”.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Kerison Lopes, participou da cerimônia de premiação. “O Prêmio CDL já se consolidou como um dos mais importantes do jornalismo mineiro, prova disso foi o alto número de inscrições, com grande envolvimento dos jornalistas na disputa”, disse.
A premiação deste ano foi a que teve maior número de inscritos: 101, dos quais 100 aptos, um crescimento de 25% no número de matérias e de 39% no número de jornalistas participantes em relação ao ano passado. As reportagens concorrentes versaram sobre os setores de comércio e serviços de Minas Gerais. O vencedor de cada categoria recebeu um vale-viagem no valor de R$ 5 mil e o grande vencedor, o prêmio em dobro.
Trabalho em equipe
A série de reportagens denominada “Falência múltipla” foi publicada originalmente na editoria de Economia do jornal O Tempo e depois compilada, ampliada e publicada no portal do jornal, em maio de 2016, contou a repórter Queila Ariadne. A série aborda a ciranda da crise econômica, na qual os cortes de gastos dos governos federal, estaduais e municipais levaram a redução de consumo dos servidores e por sua vez novos cortes de produção e pessoal, na iniciativa privada.
Para fazer a reportagem, Queila e Ludmilla viajaram durante mais de um mês a seis cidades do interior de Minas, as mais afetadas pelas quedas no emprego, na indústria e no comércio: Juiz de Fora, Montes Claros, Ipatinga, Sete Lagoas, Betim e Uberaba. Recolheram histórias muito tristes de pessoas atingidas pela ciranda da crise.
“Neste momento de muitas demissões e precarização do trabalho do jornalista, eu fico muito feliz que se dê mérito para contadores de histórias”, disse Queila. “É muito gratificante ver que a CDL continua acreditando na reportagem, apesar do cenário em que estamos.” “Foi muito legal, uma surpresa. O prêmio traz credibilidade”, acrescentou Ludmilla.
Colecionadora de prêmios, Queila exaltou o trabalho feito em equipe e as vantagens de uma reportagem a quatro mãos. “Em grandes reportagens a gente precisa dividir o trabalho para multiplicar os resultados. Quando a gente volta de viagem, o trabalho ainda está na metade”, explicou. “O mais difícil é conciliar com o trabalho cotidiano, que continua, não para”, disse.
Ela fez questão de nomear os fotógrafos Fernanda Carvalho, Moisés Silva e Uarlen Valério e as designers Aline Medeiros e Larissa Ferreira, além de citar outros profissionais que participaram do trabalho, como os motoristas. “Eles não escrevem, mas ajudam muito”.
Ludmilla também destaca o trabalho coletivo. “A reportagem envolveu uma equipe muito grande, com uso de várias técnicas”, disse a repórter, premiada pela segunda vez — a primeira foi por matéria publica numa revista especializada de advocacia. Ele considera que o diferencial da matéria foi ter conseguido mostrar um quadro da crise no estado todo e que os concorrentes eram todos muito bons. “Outro colega do jornal também ganhou um prêmio. Isso mostra a consolidação do jornal”, acrescentou.
Na foto CDL/BH, os vencedores do 5º Prêmio CDL/BH de Jornalismo. Crédito da foto: Eventos CDL/BH
[20/3/17]