Na maior mobilização ocorrida nos últimos anos, os jornalistas de rádio e televisão decidiram recusar a proposta feita pelos patrões. Diante disso, o Sindicato solicitou uma nova reunião com o sindicato patronal, que está marcada para terça-feira 2/8, às 14h30, e está autorizado pela categoria a entrar com pedido de dissídio coletivo, caso não haja evolução na negociação.
A estratégia adotada pelo Sindicato de realizar assembleias nas redações mostrou-se acertada e mobilizou a categoria de forma expressiva. Enquanto em campanhas salariais anteriores as assembleias na sede do Sindicato reuniram só algumas dezenas de jornalistas de rádio e televisão, a participação nas redações chegou a 151 profissionais. O número de votos contrários à proposta patronal foi quase o dobro do número de votos favoráveis: 98 a 53.
Dirigentes do Sindicato percorreram dez redações: Globo, CBN, Alterosa, TV Assembleia, Record, TV Horizonte, Rádio América, Itatiaia, Inconfidência e Band. Em todas elas, com exceção da Globo, a votação foi contrária à proposta patronal. Para que os jornalistas das demais emissoras também pudessem votar, foi marcada assembleia nesta sexta-feira 29/7 no Sindicato.
A visita às redações possibilitou contato do Sindicato com toda a categoria e participação ampla nas decisões, evitando que elas fossem tomadas por um pequeno número de profissionais. Ela foi precedida da publicação de um edital comunicando à categoria os locais, horários e pauta das assembleias.
Intransigência
Quase seis meses depois da entrega da pauta de reivindicações ao sindicato patronal, as negociações da Campanha Salarial 2016 poucos evoluíram. Os patrões mantiveram-se intransigentes numa proposta que repõe pouco mais da metade da inflação da data-base, 1ª de abril, que foi de 9,91%. A proposta patronal é de reajuste de 5% nos salários e 7% nos benefícios, além de um abono de R$ 2.100 dividido em duas parcelas, a primeira de R$ 1.000 e a segunda de R$ 1.100.
A intransigência patronal acontece num momento em que uma série de desrespeitos a direitos trabalhistas sem precedentes atinge os trabalhadores, motivando diversas ações dos sindicatos na Justiça do Trabalho. Também os gráficos, empregados na administração de jornais e revistas e radialistas enfrentam a mesma situação. Por isso, os quatro sindicatos decidiram se unir numa campanha conjunta. Os radialistas já recorreram ao dissídio e as outras categorias poderão seguir o mesmo caminho.
Bom dia!
Participei de uma das assembleias sobre a questão salarial, e o que expressamos foi justamente contrariedade com relação à entrada do pedido de dissídio coletivo.
Na oportunidade, aproveito para pedir retorno sobre a reunião do dia 2/8. Já ligamos duas vezes para saber, e não tivemos retorno.
Olá, Michele. Leia a notícia publicada ontem 3/8: http://www.sjpmg.org.br/2016/08/radio-e-tv-patroes-estudam-nova-proposta-apresentada-pelos-jornalistas/.