Jornalista presa pela PM enquanto trabalhava presta depoimento em delegacia

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais está tomando todas as providências para que a ação arbitrária e ilegal da Polícia Militar contra a jornalista Verônica Pimenta seja punida. A atitude da PM foi denunciada ao ouvidor de polícia, Paulo Vaz Alckmin, ao qual a jornalista presta depoimento, e será denunciada também à Corregedoria da PM e à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos. “Estamos tomando todas as providências, mas se não houver iniciativa do governo do estado de punir esses atos, eles continuarão acontecendo. É preciso que o governo aja”, disse o presidente do Sindicato, Kerison Lopes.

Verônica, que é repórter da Rádio Inconfidência e diretora do Sindicato, foi impedida de trabalhar e em seguida presa e levada a uma delegacia, quando cobria a ação da PM de despejo das ocupações Maria Vitória e Maria Guerreira, na região de Venda Nova, nesta segunda-feira 20/6/15. Ela entrevistava moradores e foi surpreendida pela abordagem de policiais com forte armamento. Verônica segurava microfone contendo a marca da emissora e portava crachá de identificação. Um policial desligou seu equipamento. O policial identificado como subtenente Félix determinou que ela se retirasse do local, o que a repórter fez, ao concluir seu trabalho, dirigindo-se para a área determinada pela PM. Já neste local, ela foi novamente procurada pelo mesmo policial, que lhe disse que ela estava sendo detida por desobediência.

Em seguida, Verônica foi conduzida em carro da PM até a delegacia de Venda Nova, onde prestou depoimento, que foi acompanhado pelo diretor do Sindicato e advogado Bruno Couto. Foram impedidas as presenças do presidente do Sindicato, e da advogada da Rádio Inconfidência, Luciana Mansur. Uma audiência de conciliação foi marcada para agosto. Da delegacia, a jornalista seguiu para a Ouvidoria de Polícia de Minas Gerais, onde prestou depoimento ao ouvidor Paulo Vaz Alckmim.

“Não considero isso uma ofensa pessoal, mas um atentado ao ofício de jornalista. A polícia não tem direito de fazer isso com um jornalista, nem com cidadão nenhum”, disse Verônica, ao sair da delegacia. Ela considera que policiais e outros agente públicos nem percebem que estão sendo autoritários. “Como jornalistas e cidadãos não podemos permitir que isso aconteça.”

Para o presidente Kerison Lopes não se trata de um ato isolado, mas de mais uma das inúmeras atitudes arbitrárias cometidas pela PM no último ano. “Como essas atitudes não foram punidas e nem apuradas, os policiais se sentem à vontade para continuar cometendo arbitrariedades”, disse. “Não podemos aceitar que essa situação continue.”

 

(Crédito da foto: Kerison Lopes.)

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