No Rio, jornalistas de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ cruzam os braços a partir desta quarta 25/5

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Cansados de promessas não cumpridas, os jornalistas de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’, no Rio de Janeiro, prometem cruzar os braços de vez a partir desta quarta-feira (25/5) caso a Ejesa não apresente respostas efetivas às reivindicações dos trabalhadores. Nesta segunda-feira (23/5), mais uma vez, a empresa não honrou compromisso feito com os jornalistas de pagar os salários atrasados de março e abril aos empregados que trabalham com carteira assinada. Em resposta, os funcionários paralisaram as atividades por uma hora antes do fechamento e se reuniram em plenária com o Sindicato para discutir a intensificação da greve – deflagrada ontem -, com a manutenção de apenas 30% dos jornalistas trabalhando, como prevê a lei.

Em reunião com a Comissão de Empregados dos jornais e o Sindicato na tarde desta segunda, representantes do RH e do Jurídico da Ejesa afirmaram que a maioria dos salários de março e abril foi depositada. O restante – 20%, segundo a empresa – não foi pago por conta de ‘um grave problema administrativo’, que não foi detalhado por ser ‘informação confidencial da empresa’, de acordo com o RH. Agora a Ejesa fala em pagar o que deve até amanhã.

A empresa afirmou ainda que o pagamento de férias, 13º salário e FGTS estaria no topo das prioridades, mas não se comprometeu com datas para a regularização. Foi dito ainda que não há definições para o acerto dos pagamentos dos funcionários que trabalham como pessoas jurídicas. Cobrados pelo Sindicato e pelos trabalhadores, os representantes da empresa disseram que farão esforços para pagar o vale-refeição e o vale transporte até segunda-feira (30/5).

Na reunião, o Sindicato criticou a sinalização feita pela empresa na reunião de que irá reduzir a qualidade do plano de saúde dos funcionários. O benefício está suspenso hoje. Foi reprovada ainda a postura da empresa em relação aos jornalistas demitidos recentemente, que ainda não receberam suas verbas rescisórias.

Na semana passada, a direção da Ejesa comunicou a redação que fracassou uma operação financeira que poderia sanar todas as dívidas da empresa. Na mesma ocasião, foi anunciada chegada do executivo Mário Cuesta, do ‘Diário de S.Paulo’, que deverá atuar como ‘gestor’ da Ejesa por um ano e já sinalizou intenção de cortar 30% dos custos, incluindo a folha salarial atual.

A greve nas redações de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ é o passo mais recente da via crúcis que atravessam os jornalistas da Ejesa há dois anos. Os atrasos salariais começaram em 2014 e, de lá para cá, foram se tornando cada vez mais longos e sistemáticos. No ano passado, a empresa demitiu mais de 40 jornalistas de ‘O Dia’, ‘Meia Hora’ e ‘Brasil Econômico’ – que foi encerrado. Esses trabalhadores até hoje não receberam integralmente suas verbas rescisórias, pois a empresa não honrou o compromisso de pagamento parcelado. Uma série de atos, assembleias e paralisações de funcionários e ex-empregados dos jornais pressiona, desde meados do ano passado, a empresa a cumprir suas obrigações. A pedido do Sindicato, a empresa hoje também é fiscalizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e alvo de inquérito em curso no Ministério Público do Trabalho.

(Publicado no saite do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.)

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