‘Mar de gente’ ocupa a Avenida Afonso Pena para defender a democracia

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Na “maior manifestação realizada em Belo Horizonte nas últimas décadas”, nas palavras do presidente do Sindicato dos Jornalistas, Kerison Lopes, a Avenida Afonso Pena foi ocupada no final da tarde desta sexta-feira 18/3 por um “mar de gente” gritando: “Não vai ter golpe, vai ter luta!”. O clima da manifestação pacífico e até as 18h30 não houve nenhum incidente. O eixo da manifestação foi “em defesa do estado de direito democrático”.

O segundo refrão mais gritado foi “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”. O presidente Kerison Lopes, falando à multidão, do alto de um trio elétrico, fez questão de esclarecer que os “trabalhadores da imprensa” defendem a democracia e não podem ser confundidos com seus patrões. “O que a televisão fala é o pensamento da família Marinho. Os trabalhadores são outra coisa e estão aqui para dizer que não vai ter golpe”, disse Kerison.

A manifestação começou ocupando a Praça Afonso Arinos, diante da Faculdade de Direito da UFMG, e por volta das 18h saiu em direção à Avenida Afonso Pena. O destino final era a Praça da Estação. O número de participantes surpreendeu os organizadores – sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais diversos. A estimativa era de 50 a 100 mil pessoas. Além de bandeiras vermelhas, muitas bandeiras do Brasil e faixas verdes e amarelas.

Na frente da passeata partiu uma fileira de integrantes do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, seguida de jornalistas empunhando a faixa “Jornalistas contra o golpe”. Moças e rapazes do Levante Popular da Juventude batiam tambores e gritavam refrãos como “É pra mudar!”. Uma mulher com uma bandeira do Brasil enrolada no pescoço e o rosto pintado de verde e amarelo carregava um cartaz com os dizeres escritos à mão: “Que país é este que persegue Lula e protege Cunha?”. O ex-presidente Lula foi lembrado em discursos e no refrão “Lula guerreiro do povo brasileiro”.

Petroleiros, metroviário, professores, estudantes e muitos outros grupos marcavam presença. Os organizadores diziam estarem presentes representantes dos 853 municípios mineiros. Uma família de agricultores carregava cartaz dizendo ter vindo de Simonésia, pequeno município do leste mineiro, distante 360 quilômetros da capital. Em discurso, o deputado federal Padre João (PT) disse que só o povo nas ruas pode barrar o impeachment da presidenta Dilma.

(Foto: Manifestantes concentrados na Praça Afonso Arinos. Crédito da foto: RBA.)

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