Presença da polícia não intimida e trabalhadores dos Diários Associados continuam parados

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Nem a presença ostensiva da Polícia Militar impediu a manifestação de jornalistas, radialistas, gráficos e funcionários do administrativo na porta da TV Alterosa, realizada na manhã desta terça-feira (29). Depois da paralisação de ontem que que obrigou a empresa a exibir seu telejornal com reportagens de São Paulo e do interior do Estado, os empregados cruzaram os braços mais uma vez, reivindicando o pagamento do 13º salário e o acerto de uma série de outros direitos.

Os trabalhadores da Alterosa paralisaram os trabalhos pelo dia todo, seguidos pelos colegas do jornal Estado de Minas, que cruzaram os braços por uma hora. No dia anterior, os funcionários do EM também paralisaram e obrigaram a empresa a editar o jornal com reportagens do Correio Braziliense, do mesmo grupo, e outras matérias frias. Nesta terça-feira, novamente o Jornal da Alterosa foi exibido apenas com notícias do interior e notas cobertas que usaram imagens de arquivo.

“A greve não é só pelo 13º salário. Se fosse um problema pontual, talvez a paciência dos trabalhadores fosse maior. Isso foi apenas o estopim, motivado por uma série de desrespeitos aos direitos dos trabalhadores por parte dos Diários Associados”, explicou o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Kerison Lopes. A empresa tem atrasado constantemente o pagamento de salários, ticket refeição e auxilio transporte e deixado de recolher FGTS e INSS.

No protesto desta terça-feira, mais de 100 policiais militares do Batalhão de Choque acompanharam a manifestação, inteiramente pacífica. “Foi um absurdo! Recebemos a informação de que se tratou de uma requisição da empresa. Resta saber se foi um pedido oficial ou se partiu de algum chefe que tenha relação direta com o comandante do Batalhão. Iremos indagar isso de maneira formal às autoridades e, uma vez identificado o responsável, ele será processado por assédio moral”, garantiu Kerison. Durante a paralisação, o Sindicato fez uma denúncia formal ao ouvidor da PM, Paulo Alckmin, e à Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania.

Nesta quarta-feira, haverá uma Audiência de Mediação na Superintendência do Ministério do Trabalho a fim de resolver o imbróglio. A luta pelos direitos, contudo, não irá cessar. “Os trabalhadores dos Diários Associados nos ensinaram que não dá mais para aguentar tantos desrespeitos. O exemplo será seguido por colegas de outras redações, certamente”, disse Kerison. “Recentemente, os jornalistas têm tolerado retrocessos e abusos como esse, mas não dá mais. Chegou a hora de resgatarmos o prestígio e a força da nossa classe. Essa greve vai marcar história no jornalismo mineiro, que não será o mesmo daqui para frente. Descobrimos o caminho das ruas e iremos caminhar por elas sempre que for preciso defender nossa causa”, completou.

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Fotos: SINTERT/MG 

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