Jornais e revistas: sindicatos se unem para enfrentar a intransigência patronal

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O Sindicato dos Jornalistas, o Sindicato dos Gráficos e o Sindicato dos Empregados na Administração de Jornais e Revistas da capital decidiram nesta segunda-feira 3/8 unir suas campanhas salariais 2015/2016 como forma de enfrentar a intransigência patronal. A decisão foi tomada depois de reunião convocada pelo sindicato patronal com os três sindicatos de trabalhadores, na qual os representantes das empresas jornalísticas repetiram a mesma proposta feita desde o começo da campanha, cuja data-base é 1º de abril.

Os patrões alegaram mais uma vez dificuldades econômicas para não concederem aumento real e sequer a reposição da inflação do período (8,42%). Além disso, negam-se a atender as demais reivindicações da pauta apresentada pelos jornalistas. A proposta patronal para os três sindicatos é a mesma: reajuste de 4% nos salários e cláusulas econômicas e nova negociação em outubro.

“Diante da mesma proposta , só podemos repetir o mesmo argumento que usamos na última reunião”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Kerison Lopes. “O que a categoria reivindica é a reposição das perdas ocorridas em 2014, ano em que as empresas jornalísticas tiveram grandes ganhos.”

Kerison acrescentou ainda dois novos argumentos. O primeiro é que os governos federal e estadual retomaram seus investimentos publicitários, situação que não existia no começo do ano. O segundo é que as empresas jornalísticas fizeram demissões nos últimos meses – uma delas, inclusive, demitiu em massa – e com isso reduziram suas folhas de pagamento. Não há, portanto, razão para a não reposição das perdas e concessão de aumento real aos trabalhadores.

Por compartilharem esse entendimento, os três sindicatos presentes à reunião com os patrões decidiram daqui para frente fazer uma campanha salarial unificada. A primeira reunião para discutir propostas já está marcada para a próxima quinta-feira, 6/8/15, às 9h, na Casa do Jornalista.

Histórico

A reunião de hoje foi a terceira realizada pelo Sindicato dos Jornalistas com os patrões de jornais e revistas, numa negociação extremamente difícil e marcada pela intransigência patronal. A pauta, com 36 itens, foi entregue no dia 27 de fevereiro, mas a primeira reunião com representantes de jornais e revistas da capital só aconteceu no dia 16 de abril. A principal demanda dos jornalistas é a reposição do INPC (8,42%), além do aumento real.

As negociações pouco evoluíram. Os patrões alegaram dificuldades econômicas e propuseram antecipação imediata do reajuste de 4% nos salários e cláusulas econômicas, além da manutenção das demais cláusulas em vigor. A proposta incluía a retomada das negociações no prazo de seis meses, quando um novo reajuste seria avaliado. O Sindicato, preocupado com a manutenção do emprego para a categoria, acenou que poderia aceitar a proposta, desde que fosse garantida a estabilidade para os jornalistas até a negociação final.

Na segunda rodada de negociação, no dia 27 de abril, os patrões não mudaram em nada sua proposta e apresentaram a decisão de não aceitar a estabilidade. Além disso, ficaram de realizar assembleia dos seus pares e propor nova reunião, mas só hoje retomaram as negociações, apesar das insistentes tentativas do Sindicato dos Jornalistas de dar sequência às negociações.

 

Na foto acima, o presidente Kerison Lopes (sentado) defende a proposta do Sindicato de reposição das perdas e aumento salarial para os jornalistas

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