Jornais e revistas: sindicatos convocam trabalhadores para campanha unificada

0
49

O Sindicato dos Jornalistas, o Sindicato dos Empregados na Administração de Jornais e Revistas, o Sindicato dos Gráficos convocam os trabalhadores em empresas jornalísticas a se unirem para lutar por salários e condições de trabalho. Os três sindicatos, que contam também com a adesão da Federação Nacional dos Gráficos, decidiram unir forças para enfrentar a intransigência dos patrões, que praticamente nada oferecem aos trabalhadores e se negam a negociar as pautas de reivindicações apresentadas na Campanha Salarial deste ano.

A decisão de unificar as campanhas foi tomada depois de reunião dos três sindicatos de trabalhadores com o sindicato patronal, realizada na segunda-feira 3/8 (foto). A reunião foi convocada pelos patrões e a ela compareceram representantes de todas as empresas jornalísticas da capital. Os patrões repetiram a mesma proposta feita ao Sindicato dos Jornalistas na primeira reunião, no dia 16 de abril: adiantamento salarial de 4% e retomada das negociações em outubro. A proposta foi formalizada na sexta 7/8.

Diante da intransigência patronal, os sindicatos estão realizando reuniões com os trabalhadores e manifestações em cada empresa jornalística para discutir formas de mobilização e luta. “O que a categoria reivindica é a reposição das perdas ocorridas em 2014, ano em que as empresas jornalísticas tiveram grandes ganhos”, ressalta o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Kerison Lopes. “A campanha conjunta com os radialistas mostrou que a união de forças é o caminho.”

“Estamos nos unindo pelo fortalecimento da categoria e pela dignidade dos trabalhadores”, destaca o presidente do Sindicato dos Empregados na Administração de Jornais e Revistas (Sinad), Marco Antônio Jacob. “A campanha unificada é para o fortalecimento dos sindicatos e para a defesa dos direitos dos trabalhadores”, acrescenta o diretor do Sindicato dos Gráficos José Aparecido Alves Ferreira. “A unidade dos trabalhadores é a melhor alternativa para lutar contra a exploração dos patrões e para conquistar salários e vida dignos”, enfatiza Eliana Lacerda, secretária da Federação Nacional dos Gráficos.

Proposta dos patrões não repõe nem metade da perda salarial

Os trabalhadores de jornais e revistas reivindicam a reposição das perdas inflacionárias e aumento real de salário. No caso dos jornalistas, cuja data-base é 1º de abril, o índice de reposição é de 8,42%. Nos casos dos gráficos (data-base em 1º de junho) e dos empregados na administração (data-base em 1º de julho), os índices são ainda maiores: 8,76% e 9,31%, respectivamente. A proposta dos patrões (4%) não chega a repor nem a metade do poder de compra que os salários perderam no período.

As empresas alegam dificuldades econômicas, mas sabemos que a realidade é diferente. Nos últimos anos, inclusive em 2014, elas ganharam muito dinheiro, como demonstram estudos do Dieese. Quando seus lucros aumentaram, os patrões não os dividiram com seus empregados, mas quando eles caem querem que os trabalhadores assumam os prejuízos.

Apesar do noticiário insistente sobre a crise econômica, muitas empresas têm anunciado investimentos, demonstrando que a situação do país não é tão ruim como se diz. Os governos federal e estadual já retomaram investimentos em publicidade. Nos últimos meses as empresas jornalísticas fizeram muitas demissões – uma delas, inclusive, demitiu em massa – e reduziram suas folhas de pagamento. Não há razão para que não reponham as perdas salariais dos seus empregados e se neguem a discutir as demais reivindicações.

Em outros segmentos, os trabalhadores conseguiram muito mais. Os jornalistas da rádio e TV, em campanha unificada com os radialistas, conquistaram, em julho, reajuste de 8% no piso salarial e cláusulas econômicas e 7% nos demais salários.

 

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here