O Sindicato dos Jornalistas do Pará convocou a categoria a protestar contra as demissões nas Organizações Romulo Maiorana vestindo preto nesta sexta-feira (24/4), batizada de Black Friday. Do dia 20 ao dia 22 de abril a empresa demitiu 12 jornalistas, principalmente no jornal Amazônia.
A presidente do Sinjor-PA, Roberta Vilanova, realizou duas visitas às redações, oferecendo apoio e assistência jurídica da entidade aos demitidos. Além disso, vem buscando dialogar com os dirigentes da empresa para cobrar transparência, diálogo com os trabalhadores e tratamento digno para com os demitidos, considerando alguns casos de jornalistas que foram dispensados ao final do expediente de trabalho. “O trabalhador das ORM entra na redação empregado, faz o seu trabalho e, no fim do expediente, é chamado pelo RH e volta para casa sem emprego. Por que não chamar os jornalistas e expor a situação de uma vez? É isso que os profissionais querem: transparência por parte da empresa.”, disse a sindicalista.
Roberta e outros dirigentes do Sinjor-PA que trabalham na redação de “O Liberal” e do “Amazônia” reuniram-se esta semana, em diferentes ocasiões, com os diretores jurídico e industrial, Ronaldo Maiorana e João Pojucan, e com o editor executivo, Lázaro Moraes, sem que fossem obtidas informações sobre o número exato de profissionais a serem demitidos e nem o período em que o processo demissional será concluído.
Maiorana, Pojucan e Moraes afirmaram que as demissões estão ocorrendo em todos os setores da empresa devido à crise financeira pela qual passam as ORM. Eles não descartaram a possibilidade de as demissões atingirem também os jornalistas de “O Liberal” e, ainda, informaram que o Amazônia será reduzido. A edição do veículo, que tinha 48 páginas nos dias de semana, hoje está com 32 páginas. Os sindicalistas repassaram aos dirigentes da empresa a preocupação com o estado emocional dos jornalistas, que vêm sofrendo com a apreensão causada pelas demissões.
Outra cobrança foi sobre o preenchimento das vagas dos profissionais demitidos por outros igualmente habilitados, já que foi denunciado ao Sinjor-PA um caso de substituição por pessoa não habilitada e sem nenhuma experiência jornalística. No entanto, a violação às prerrogativas foi negada pela empresa, apesar das evidências. Foi prometido que um jornalista graduado será destacado para a função.
Em seguida, Roberta e os dirigentes conversaram com os trabalhadores, na redação, para repassar as conversas travadas com a Direção e orientar os jornalistas a não aceitarem o acúmulo de trabalho e nem a substituição de profissionais por pessoas não habilitadas.
Um ofício foi enviado ao presidente executivo das ORM, Romulo Maiorana Júnior, para que receba a entidade sindical, o que ainda não foi atendido.
Além de convocar a categoria a participar do “Black Friday”, o Sindicato orientou os jornalistas a ampliarem a repercussão do protesto postando fotos e mensagens nas redes sociais, utilizando as hastags #Paremasdemissões #Nãoàpejotização#Nãoàterceirização
(Publicado originalmente no portal da Fenaj.)